domingo, 14 de abril de 2013

Dia 27 de maio de 2011 complemtou três anos da morte de Austregésilo Carrano Bueno, dramaturgo, militante da luta antimanicomial e autor do livro “Canto dos Malditos”. Carrano se destacou como o principal militante pela Luta Antimanicomial em nosso país. Eleito em congresso na cidade de Xerém-RJ, atuou nos últimos anos como representante dos usuários na Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde, chegando a receber, em 2003, uma homenagem das mãos do presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, por seu empenho na Reforma Psiquiátrica. Além das torturas sofridas nos “chiqueiros psiquiátricos”, como dizia, Carrano sofreu vários processos judiciais por sua militância, principalmente por parte dos familiares dos médicos responsáveis pelos “tratamentos” recebidos nas passagens pelos locais onde foi internado, confinado e torturado, ele escreveu o seu drama no livro “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de sete cabeças”, dirigido por Lais Bodanzky, o filme mais premiado do cinema brasileiro que, junto com o livro revolucionou a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Carrano nunca desistiu de seus ideais e continuou militando até seus últimos dias no Movimento da Luta antimanicomial, mesmo com a saúde debilitada e condições financeiras precárias, em 18 de maio de 2008, participou do Dia Nacional de Luta Antimanicomial em Belo Horizonte , vindo há falecer dias depois. O Prêmio - Para que a sua voz não se cale e seu nome continue vivo não só no Movimento de Luta Antimanicomial, como nos direitos da humanidade em geral, criamos em 2009, o Prêmio CARRANO de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos, que tem como o objetivo dar continuidade a sua luta por uma mudança nas condições de tratamento de pessoas em sofrimento mental, fazendo valer a Lei nº 10.216/2001 da reforma Psiquiátrica no Brasil, da qual foi um dos defensores e críticos. O prêmio é entregue anualmente a pessoas e instituições de ações e atitudes importantes nestas áreas, mas principalmente, denunciar quaisquer violações dos Direitos Humanos, especialmente no que se refere às pessoas nas condições de sofrimento mental. No lançamento do prêmio, premiamos Carlos Eduardo Ferreira, mas conhecido como Maicon, usuário e militante da Luta, que esteve em vários momentos ao lado de Carrano, que também foi entregue a família de Carrano.A entrega do III Prêmio Carrano será na semana do dia nacional de Luta Antimanicomial, dia 21 de maio (próximo a data de nascimento de Carrano, 15 de maio de 1957) que conta com o apoio do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Movimento Nacional e Fórum Paulista de Luta Antimanicomial e militantes do movimento. Em 2009 criamos o coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura, que tem o papel da organização do Prêmio. O coletivo é formado por Edson Lima coordenador do projeto O Autor na Praça, Erton Moraes escritor, compositor e músico do Movimento TrokaosLixo, ,Evandro Lobão escritor,poeta,artesão, integrante do Movimento 1daSul e Sarau do Cooperifa , a escritora e produtora Paloma Kliss do Literatura Nômade, a psicóloga Patrícia Villas-Bôas, a poeta Tula Pilar, o músico e compositor Léo Dumont e outros amigos de Carrano. Trata-se de um grupo aberto que esta a disposição de pessoas e instituições que quiserem participar e colaborar com esta iniciativa. Além da entrega do prêmio haverá exibições de documentários, alguns depoimentos e leituras de texto sobre a Luta Antimanicomial e Direitos Humanos, no final do evento teremos uma apresentação musical com Erton Morais e integrantes da Banda Mokó de Sukata e do músico e compositor Léo Dumont. Estarão disponíveis os dois últimos livros lançados por Carrano em parceria com o selo editorial O Autor na Praça com textos de teatro: “Canto dos Malditos” e “O Sapatão e a Travesti”
receberam o Prêmio:
1.Alan da Rosa (Escritor, pedagogo e editor. Organiza cursos de arte-educação e cultura negra nas periferias de São Paulo).
2.Carlos Costa “Carlão” (ator de teatro, historiador do samba e do carnaval. É fundador e presidente da Banda Redonda).
3.Clara Charf (Companheira de Carlos Marighella, lutou ativamente contra a ditadura militar, é presidente da Associação Mulheres pela Paz).
4.Dom Paulo Evaristo Arns que será representado por Paulo Pedrini, coordenador da Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo.
5.Paulo César Sampaio – Psiquiatra, foi diretor do hospital de custódia de Franco da Rocha, durante 4 anos, onde desenvolveu o projeto Desinternação Progressiva. Organizou o projeto Alcoolistas autores de violências nas praças de Embu das Artes. Em 2010 Tratamento de usuários de múltiplas drogas dentro do Manicômio judiciário de Franco da Rocha. É ativista atuante em ações e atividades pela Luta Antimanicomial no Brasil.
6.Gegê (Luiz Gonzaga da Silva, integrante do Comitê “Lutar não é crime” e dos Movimento dos Trabalhadores Sem Teto da cidade de São Paulo).
7.José Ibrahim (Líder Sindical, militante contra a Ditadura Militar, foi preso e exilado político. É um dos fundadores do Instituto Zequinha Barreto e militante constante dos Direitos Humanos).
8.Lais Bodanzky (Cineasta e diretora do filme “Bicho de sete cabeças”)9.Maria Amélia Teles “Amélinha” (Militante feminista dos Direitos Humanos e integrante da Comissão de Familiares de mortos e desaparecidos políticos).
10.Raquel Trindade - Artista Plástica, pesquisadora da cultura Popular e fundadora do Teatro Popular Solano Trindade em Embu das Artes).
11.Sonia Rainho - Militante de movimentos sociais desde os anos 1970. É fundadora do Centro de Cooperação por moradia popular 1º Maio na cidade de Osasco e hoje é responsável pela Coordenadoria da mulher e promoção da igualdade Racial na prefeitura de Osasco.
12.Tia Dag - Casa do Zezinho – Fundadora e presidente da Casa do Zezinho.
13.Z’África Brasil representado por Gaspar (Grupo de Hip Hop da zona sul da cidade de São Paulo, com sua ideologia contribuem em causas sociais e de igualdade racial).

                                        

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