Os
convidados para receber o prêmio este ano de 2013 são:
- Agência Popular Solano Trindade
- Associação Quintal
Cultural (Movimento
Cultural na cidade de Carapicuiba)
- Beto de Jesus (Educador e fundador
da AGLBT)
- Cacá Pinheiro (Coréografo /
CAPS Osasco)
- Centro de
Convivência É de Lei – Thiago Calil – Centro da cidade de SP
- Comitê Contra
o Genocídio da Juventude Pobre, Preta e Periférica
- Daniela
Skromov – Núcleo
dos Direitos Humanos da Defensoria Pública de SP
- Dom Pedro de
Casaldáliga (representado
por Paulo Pedrini da Pastoral
Operária)
- Geraldo
Peixoto – Militante
da Luta Antimanicomial, representa os familiares
- Ilú Obá de Min
(Educação,
Cultura e Arte Negra).
- Maria Rita
Khel (Psicanalista
e membro da Comissão Nacional da Verdade)
- Rede Social de
Justiça e Direitos Humanos – Publica o Relatório anual de DH
- Tico – Escritor, usuário
do sistema e militante da Luta Antimanicomial.
Além da
entrega do Prêmio haverá exibição de documentário, leituras, performances e
apresentações musicais com a participação dos músicos e compositores Léo Dumont, Nelson Brolese e Erton Morais acompanhado de músicos da Banda Mokó de Sukata e outros
convidados. Haverá pintura de tela ao vivo com o artista plástico Ed Primo e dança com Maicon Pop. Os mestres de cerimônia
serão os palhaços e músicos Clerouak
e Maria Lulú. Estarão disponíveis os
dois últimos livros publicados por Carrano em parceria com o selo O Autor na
Praça com textos de teatro: “Canto dos Malditos” e “O Sapatão e a Travesti”.
Veja mais informações sobre o Prêmio, os convidados e Carrano: www.premiocarrano.blogspot.com.br
e abaixo.
18 de
maio é o dia Nacional da Luta Antimanicomial e no dia 27 de maio completam-se cinco
anos que um dos maiores militantes desta Luta nos deixou: Austregésilo Carrano
Bueno, dramaturgo e escritor, que se empenhou até o fim de sua vida pelo
fim dos manicômios no Brasil. Carrano – como Nise de Silveira - se
destacou na Luta Antimanicomial. Eleito representante dos usuários em congresso
na cidade de Xerém-RJ, atuou muitos anos na Comissão Nacional de Reforma
Psiquiátrica do Ministério da Saúde, chegando a receber, em 2003, uma homenagem
das mãos do presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, por seu total
envolvimento na Reforma Psiquiátrica. Além das torturas e sessões de
eletrochoques sofridas nos tempos em que foi isolado do convívio social e confinado “em
chiqueiros psiquiátricos”, como dizia, Carrano sofreu vários processos
judiciais por sua militância, principalmente por parte dos familiares dos
médicos responsáveis pelos “tratamentos” recebidos nas passagens pelos manicômios
onde esteve internado, por quase três anos. Após o confinamento escreveu o seu
drama no livro “Canto dos Malditos” que originou o filme “Bicho de
sete cabeças”, de 2001, primeiro longa-metragem dirigido por Lais Bodanzky,
que revelou o jovem ator Rodrigo Santoro e se tornou o filme mais premiado do
cinema brasileiro. A repercussão da obra no cinema e o livro intensificaram uma
revolucionária mudança na Reforma Psiquiátrica no Brasil. Carrano nunca
desistiu de seus ideais e sonhos por uma sociedade mais humana que trata a
todos sem diferenças, continuou militando até seus últimos dias no Movimento da
Luta antimanicomial, mesmo com a saúde debilitada e condições financeiras
precárias - morreu condenado a pagar 60 mil reais para os médicos do qual foi
“cobaia humana”, recebendo 21 eletrochoques e outras violências - sobre isso
ele falava: "Estou condenado a indenizar as famílias dos torturadores dos
quais fui vítima", mesmo nessas condições, no dia 18 de maio de 2008,
participou do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, Belo Horizonte, vindo a
falecer nove dias depois.
O
Prêmio é uma ação para que a sua voz não se cale e seu nome continue vivo não
só no Movimento de Luta Antimanicomial, como nos direitos da humanidade em
geral, criado em 2009, o Prêmio CARRANO
de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos tem como objetivo dar
continuidade a sua luta por uma mudança nas condições de tratamento de pessoas
em sofrimento mental, fazendo valer a Lei nº 10.216/2001 da reforma
Psiquiátrica no Brasil, da qual Carrano foi um dos maiores defensores e crítico.
O troféu é entregue anualmente a 13 pessoas e instituições, que com sua arte e atitudes
contribuem com os dois temas, denunciando, atuando com sua arte e manifestando
sua indignação contra quaisquer violações dos Direitos Humanos, especialmente
no que se refere às pessoas nas condições de sofrimento mental. Em 2009 foi
criado o coletivo Gato Seco – Nos
telhados da Loucura, que tem o papel da organização do Prêmio. O coletivo é
formado por Edson Lima, coordenador do projeto O Autor na Praça, Erton Moraes
escritor, compositor e músico do Movimento TrokaosLixo, Lobão, poeta, escritor,
integrante do Movimento 1daSul e Sarau do Cooperifa, grande amigo de Carrano, a produtora cultural
Nádila Paiva, o educador e coordenador da AEUSP, Adriano “Mogli” Vieira, a
escritora e produtora Paloma Kliss do projeto Literatura Nômade, a psicóloga e
militante do Movimento Nacional de Luta Antimanicomial Patrícia Villas-Bôas
Valero, a poeta Tula Pilar, o músico e compositor Léo Dumont e outros amigos de Carrano. Trata-se de um
grupo aberto a pessoas e instituições interessadas em participar e colaborar
com esta iniciativa.
Veja um
depoimento no plenário do Senado, pelo Senador Eduardo Suplicy no ano em que recebeu o prêmio: http://www.youtube.com/watch?v=XafXh0_Idlg.
Serviço:
V Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e
Direitos Humanos
- Bate Papo: “Roda de Conversa – Loucuras e Direitos Humanos”, dia 13 de
maio, segunda-feira, 18h30 – Câmara Municipal de São Paulo – Sala José
Tenório, 1º Subsolo, 10-C. Participam: Aristeu Bertelli da Silva (Psicólogo e membro da Comissão de
Direitos Humanos do CRP-SP), Luciano
Santos (Advogado e integrante do Centro Santo Dias de Direitos Humanos),
Myrna Coelho (Psicóloga,
militante em Saúde Mental e Direitos Humanos), Newton Tavares Junior (Associação Quintal Cultural e Trupê
Drao), Paulo Sampaio
(Psiquiatra, foi diretor do Manicômio Judiciário e milita na Luta
Antimanicomial e Direitos Humanos), Thiago
Calil (Centro de Convivência É De Lei), Vitor Cachoeira (Multirão Cultural da Quebrada).
- Entrega do
Prêmio:
dia 15 de maio de 2013, quarta-feira, a partir das 19h – Entrada Franca. Local:
Auditório da Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Av. Henrique
Schaumann, 777 (Esq. Rua Cardeal Arcoverde) - Pinheiros – SP – Tel. 3082
5023. Realização: Coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura
Informações: Edson
Lima – 3739 0208 / 95030 5577 / Adriano Mogli - 99632 4748.
Apoio: O
Autor na Praça, Movimento Trokaoslixo, Fórum Paulista de Luta Antimanicomial,
Movimento Nacional de Luta Antimanicomial, Grupo Tortura Nunca Mais, AEUSP –
Associação dos Educadores da USP, CRP-SP
- Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, O Cantinho Português, Max
Design, Enlace Média, Artver, Tchês
Burguer, Prefeitura do Município de São Paulo / Departamento de Bibliotecas,
SINTUSP – Sindicato dos Trabalhadores da USP e outras entidades e instituições
ligadas ao tema.
Já
receberam o Prêmio Carrano em anos anteriores: Allan da Rosa, Ana Elisa
Siqueira, Associação Capão Cidadão, Carlos Costa “Carlão”, Carlos Eduardo
Ferreira (Maicon), Carlos Giannazi,
Casa do Saci, Clara Charf, Cia de Artes Balú, CRP-SP, Dom
Paulo Evaristo Arns (representado por Paulo Pedrini), Gegê, Givanildo Manoel da Silva “Giva”, Grife Dasdoida,
Grupo Tortura Nunca Mais (Representado por Rose Nogueira), José Ibrahim, José
Roberto Aguilar, Laís Bodanzky, Leci Brandão, Luciano Santos, Mães de Maio, Magrão (Amigo de Carrano),
Marcos Abranches, Marcos Garcia, Maria Amélia Teles “Amélinha”, Multirão Cultural da Quebrada, Paulo
Amarante, Paulo César Sampaio, Raquel Trindade, Revista Ocas, Sebastião Nicomedes, Senador Eduardo Suplicy, Sonia Rainho, Tia
Dag (Casa do Zezinho), Toninho
Rodrigues, Xico Sá, Z’África Brasil.
SOBRE OS PREMIADOS de 2013:
AGÊNCIA POPULAR SOLANO TRINDADE - É um
empreendimento cultural que vem sendo construído por jovens que possuem ações
culturais na zona sul de São Paulo e tem como proposta o fomento e
o fortalecimento da economia da cultura criativa, através do
incentivo a produção e difusão da cultura popular, criando formas de
organização que possibilite a sustentabilidade e auto-produção das ações
culturais. Desse modo, a principal ação que queremos com esse
projeto é entender mais sobre as relações de produção, consumo e
comercialização de serviços, produtos e conhecimentos culturais e assim
contribuir com o desenvolvimento da economia criativa local. Isso
ocorrera por meio do mapeamento dos produtos e serviços culturais e
artísticos existentes na região do Campo Limpo, Capão Redondo e adjacências.
Potencializando assim a interligação dos produtores ampliando
a capacidade de circulação destes bens simbólicos e a efetiva relação entre
arte, cultura e mercado. A Agência Popular de Fomento à Cultura tem como
principal objetivo GARANTIR A VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DA
REGIÃO de Campo Limpo e Capão Redondo para que alcancem sua sustentabilidade
econômica. Saiba mais: http://agsolanotrindade.com.br.
Associação Quintal
Cultural – Trabalha
oferecendo possibilidades de inclusão de forma participativa, criativa e
empreendedora. Faz isso transformando as situações vividas pelos participantes
em conteúdos educacionais significativos, uma ação realizada dentro de espaços
comunitários que a partir daí tornam-se espaços de aprendizagem. O objetivo é
contribuir na construção de uma sociedade mais justa, que reconheça e
priorize o respeito às diferenças, os saberes e os fazeres de cada um.
Beto de Jesus - É formado em Filosofia e Teologia, com
especialização em Educação. Nas Nações Unidas acompanha as iniciativas do
Conselho de Direitos Humanos, no que se refere às questões afetivas a
orientação sexual e identidade e expressão de gênero. De 1993 a 2002 foi
Coordenador de Projetos Educacionais e Sociais para o Instituto Criança Cidadã
(ICC). Atuou também como consultor técnico do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais do Ministério da Saúde e para a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação. É Presidente
para América Latina e Caribe da ILGA – The International Lesbian, Gay,
Bisexual, Trans and Intersex Association. Pela Pact Brasil (2008-2010) foi
coordenador do programa de ampliação e expansão de serviços de prevenção do HIV
e de aconselhamento & testagem voluntária (ATV) junto a gays, homens que
fazem sexo com homens (HSH). É coautor do livro: "Diversidade Sexual na
Escola: uma metodologia de trabalho com adolescentes e jovens".
Cacá Pinheiro (Cláudio Luiz Pinheiro) – Nasceu em
05/05/1970, Bailarino profissional e estudante de Ciências Sociais na
Universidade Metodista-SP. Iniciou seus estudos em dança em 1996. Participou de
inúmeros espetáculos e festivais de dança, principalmente os de Joinville-SC
com o grupo Verônica Ballet, participou de musicais como Splish & Splash
(1994), com direção de Wolf Maia. Trabalhou 1 ano com o showman Antonio Carlos
Mieli no SBT. Foi bailarino da dupla João Paulo & Daniel. Trabalhou 1 ano
como bailarino nas campanhas publicitárias junto com Sebastian (C&A).
Dançou durante 1 ano no Japão. Trabalhou durante 6 anos no projeto Recreio nas
Férias da cidade de Osasco. Atualmente é oficineiro do ponto de Cultura
Burjato, em projeto de inclusão sócio cultural com pessoas especiais e da
comunidade. Também desenvolve um trabalho de inclusão social no programa da
Secretaria de Cultura de Osasco, chamado “Cultura na Veia” no CAPS Osasco, onde
usa a dança como instrumento de cura e inserção dentro da sociedade.
Centro de Convivência É de Lei - É
uma Organização da Sociedade Civil sem fins econômicos que atua desde 1998 na
promoção da Redução de Danos sociais e Danos à saúde associados ao uso de
drogas. Desenvolve estratégias para a construção da cidadania e para a defesa
dos Direitos Humanos de pessoas que usam drogas, sobretudo em contextos de
vulnerabilidade frente às DST/HIV/Aids, Tuberculose e Hepatites Virais. Nestes
anos de funcionamento também colaborou na constituição, capacitação e gestão de
diversas instituições de Redução de Danos, DST/HIV/Aids e Drogas, e testou e
desenvolveu insumos e estratégias de intervenção para usuários de diferentes
drogas. Saiba mais: www.edelei.org.
Comitê Contra o Genocídio da Juventude Pobre, Preta e Periférica –
Organizações do Movimento Negro, Movimentos Sociais do Campo e da
Cidade, Cursinhos Comunitários, Sindicatos, Associações e demais grupos
organizados há muitos anos reagem ante a barbárie a qual a população negra,
pobre e periférica de São Paulo tem sido historicamente submetida. Não
bastassem as mazelas sociais que afligem historicamente esta população por meio
do subemprego, do desemprego, da falta de moradia, dos serviços precários de
saúde e educação, da falta de oportunidades e do desumano e permanente
preconceito e discriminação racial em todo e qualquer ambiente social,
percebe-se a vigência de um projeto de extermínio da população negra, por parte
do Estado brasileiro. Foi por conta da permanente prática de violações, do
descaso e até de estímulo a ações violentas vindas das autoridades do Estado de
São Paulo, que dezenas de organizações representativas de diferentes setores
sociais se uniram em torno do que se constituiu, ainda no ano de 2009, no COMITÊ DE LUTA CONTRA O GENOCÍDIO DA
JUVENTUDE NEGRA, POBRE E PERIFÉRICA DE SÃO PAULO, que ao lado ou em memória
das às vítimas e seus familiares, passou a exigir dos poderes constituídos,
providências contra a violência praticada pelo estado e seu braço armado, que
tem destruído centenas de vidas, em sua maioria de jovens negros. Desde então,
esse COMITÊ, que reúne representação de quase uma centena de organizações
sociais, passou não só a acompanhar e denunciar sistematicamente a violência
estatal, como também produzir estudos, dossiês e proposituras no sentido de se
fazer reduzir a violência em São Paulo.
Ao mesmo tempo, como embrião de seu nascimento, o trabalho permanente de
base, seja através de ações coordenadas, seja por meio das ações permanentes
das organizações que o compõem, vem provocando debates, seminários, audiências,
formações de grupos e protestos, tais como as duas ocupações da Secretaria de
Justiçado Estado de SP (2009 e 2013); Audiência Pública e entrega de Dossiê
sobre o Genocídio em SP, na ALESP (2010); Marcha Contra o Racismo e Ocupação do
Shopping Higienópolis (2012); Marcha dos 10 Direitos Humanos a Serem
Respeitados (Dia D - 2012); Audiência junto ao Secretário de Seg. Pública – que
se ausentou, e a ocupação da Secretaria de Segurança Pública de SP (2013),
entre outros diversos protocolos, requerimentos, atos e marchas de denúncia ao
genocídio entre os anos de 2009 e 2013. Saiba mais: http://contraogenocidio.blogspot.com.br.
Daniela Skromov de Albuquerque – É Coordenadora
Auxiliar do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria
Pública do Estado de São Paulo. É especialista em Direitos Humanos. Tem se
dedicado a temas como internação forçada de pessoas e violência policial,
participando de debates e buscando a garantia dos direitos de suas vítimas. Artigo
sobre internação: www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/internacao-compulsoria-posicao-contraria/8670.
Entrevista sobre violência policial: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2012/11/policial-deve-ser-alguem-treinado-para-jamais-matar-diz-defensora-publica.
Entrevista para a TVT: www.youtube.com/watch?v=aDi9VZh6jVc.
Entrevista para o programa Justiça e Democracia da All TV: www.vimeo.com/36168038.
Dom Pedro Casaldáliga –
Sacerdote, poeta e prosador. Nasceu em Balsareny,
província de Barcelona, 16 de fevereiro
de 1928, é
um bispo católico
radicado no Brasil desde 1968.
Foi nomeado administrador apostólico da prelazia de São
Félix do Araguaia (Mato Grosso) no dia 27 de abril
de 1970. O
Papa Paulo VI
o nomeou bispo prelado
de São Félix do Araguaia, no dia 27 de agosto
de 1971.
Foi bispo da sé titular de Altava até 1975. Adepto da teologia da libertação, adotou como lema para
sua atividade pastoral: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e,
sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras sobre antropologia,
sociologia e ecologia. Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte. A
mais grave, em 12 de outubro de 1976,
ocorreu no povoado de Ribeirão Bonito (Mato Grosso). Ao ser informado que duas
mulheres estavam sendo torturadas na delegacia local, dirigiu-se até lá
acompanhado do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier. Após forte
discussão com os policiais, o padre Burnier ameaçou denunciá-los às
autoridades, sendo então agredido e, em seguida, alvejado e morto com um tiro
na nuca. Após a missa de sétimo dia, a população seguiu em procissão até a
porta da delegacia, libertando os presos e destruindo o prédio. Naquele lugar
foi erguida uma igreja. Por cinco vezes, durante a ditadura militar,
foi alvo de processos de expulsão do Brasil, tendo saído
em sua defesa o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Em 1994 apoiou a revolta de Chiapas, no México,
afirmando que quando o povo pega em armas deve ser respeitado e compreendido. Em
1999 publicou a
"Declaração de Amor à Revolução Total de Cuba". No ano 2000, foi agraciado com o
título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas. Dom
Pedro, que sofre do mal de Parkinson, no dia 2 de fevereiro
de 2005 o Papa João Paulo II aceitou seu pedido de
renúncia, se tornando Bispo Emérito de São Félix do Araguaia. Mesmo depois da
renúncia, não perdeu a combatividade e a franqueza, afirmando, por exemplo que
o governo Lula gosta mais dos ricos do que dos pobres, apoiando o MST e a Via Campesina,
criticando a hierarquia da igreja que deveria se abrir ao diálogo em lugar de
excomungar e proibir, defendendo a ordenação de mulheres e afirmando ser contra
o celibato sacerdotal. Desde novembro de 2012, D.
Pedro Casaldáliga, vem recebendo ameaças de morte devido à sua luta pela
devolução das terras batizadas como Marãiwatsédé aos índios da etnia Xavante.
No início de dezembro, após a Justiça derrubar dois recursos que tentavam adiar
a retirada dos não índios da região, agora chamada Gleba Suiá Missú, ele teve
de se deslocar contra sua própria vontade para uma localidade não revelada para
sua própria segurança. Ainda assim, D. Pedro retornou em 29 de dezembro a São
Félix, estando agora sob proteção policial. Porém, além de Casaldáliga,
diversas lideranças indígenas e agentes da pastoral também
estão sendo ameaçados desde que o Incra iniciou o processo de desintrusão da
região. Saiba mais e apoie a luta de Dom Pedro no Comitê de Solidariedade a Dom
Pedro de Casaldáliga e ao povo Xavante: http://www.consciencia.net/comite-de-solidariedade-a-dom-pedro-casaldaliga-e-ao-povo-xavante.
Geraldo Peixoto – Usuário, familiar, militante
e parceiro. Decano do MNLA – Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Foi
grande amigo e parceiro do Carrano em vários momentos e ações da Luta
Antimanicomial. Durante muitos anos foi representante dos familiares na
Comissão de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde. Quase 30 anos de sua
viva são dedicados à participação e militância
no Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Morador de São Vicente (SP),
Geraldo é formado em Educação Física. O filho André Luiz, falecido em 2011,
usuário de serviços de saúde mental, sempre foi a inspiração para que Geraldo
continuasse defendendo e militando por uma sociedade mais justa em sua relação
com o adoecimento mental. Conheça mais numa entrevista dele para o (EM)CENA – A
Saúde Mental em Movimento: http://ulbra-to.br/encena/2011/04/28/encena-entrevista-com-geraldo-peixoto.
Ilú
Obá De Min
– Educação, Cultura e
Arte Negra - É uma associação paulistana, sem fins lucrativos, que tem
como base o trabalho com as culturas de matriz africana e afro-brasileira e a
mulher. Surgiu após vinte anos de pesquisa-ação desenvolvidas com variados
grupos sociais pela sua dirigente Beth Beli e iniciou suas atividades em novembro
de 2004, tornando-se pessoa jurídica em 2006. O objetivo da associação é
preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, mantendo diálogo cultural
constante com o continente africano através dos instrumentos, dos cânticos, dos
toques, da corporeidade, além de abrir espaço para ideias que visem o
fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade. Os produtos
culturais gerados pela associação compreendem: apresentações artísticas do
Bloco Afro Ilú Oba De Min, palestras, oficinas de dança e música, CD e site. Saiba
mais: www.iluobademin.com.br / http://www.brasildefato.com.br/node/8867
Maria Rita Bicalho
Khel – Psicanalista e escritora. Doutora em psicanálise
pelo Departamento de Psicologia Clínica da PUC-SP. Atendimento em clínica
particular de adultos desde 1981. Foi jornalista entre 1974 e 1981, e desde
então continua publicando artigos em jornais, revistas e publicações
especializadas em psicanálise. Artigos em várias coletâneas desde 1986. É
autora dos livros: “O tempo e o cão – a atualidade das depressões” (Ed.
Boitempo – 2009), vencedor do prêmio Jabuti do Ano de 2010, no mesmo ano, o
livro ganhou também o Jaboti na categoria dos livros de psicologia e
psicanálise; “Juventude: A fratria órfã” (Editora Olho D’Água – 2008); “O
ressentimento” (Ed. Casa do Psicólogo – 2004);
“Videologias – ensaios sobre a televisão”, em parceria com Eugênio Bucci
(Ed. Boitempo – 2004); “Sobre ética e
psicanálise” (Cia. das Letras – 2002). Organizadora do livro “Função Fraterna”
(Delume Dumará – 2000); “Deslocamentos do feminino – A Mulher Freudiana na
Passagem para a Modernidade” (Imago - 1998 – 2ª. edição em 2008); “A Mínima
diferença” – Ensaios (Imago – 1996); “Processos Primários” – “Poemas” (Estação
Liberdade – 1996). É membro da Comissão Nacional da Verdade, instalada
em 16 de maio de 2012 para apurar supostas violações aos direitos humanos
ocorridas no período entre 1946 e 1988.
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos - É resultado da
experiência de trabalho com dezenas de organizações não-governamentais e
movimentos sociais. Nosso trabalho tem como objetivo responder a uma demanda de
ação e articulação de denúncias de violações de direitos humanos ocorridas no
Brasil e inclui: formulação de petições e submissão de casos a organismos
nacionais e internacionais visando a proteção dos direitos humanos; participação
em delegações emergenciais em áreas e situações de conflito; observação de
julgamentos; campanhas contra a impunidade; atividades de capacitação sobre
mecanismos jurídicos e de comunicação de defesa dos direitos humanos; publicações
e intervenções na mídia (incluindo relatórios, artigos e entrevistas nos meios
de comunicação); produção de documentários em vídeo; participação em
articulações como o Fórum Social Mundial (Comitê Organizador), Rede Nacional de
Advogados e Advogadas Populares, Grito dos Excluídos Continental (Coordenação),
Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, Fórum Nacional de
Entidades de Direitos:Humanos, Rede de Ação e Pesquisa sobre a Terra
(Coordenação), Campanha Contra a Alca, Campanha Continental Contra a
Militarização, Movimento Nacional de Direitos Humanos, entre outras. Saiba
mais: http://www.social.org.br.
Pequena biografia de AUSTREGÉSILO CARRANO
BUENO - Curitibano, escritor, ator, dramaturgo. Autor de dois livros
editados: “Canto dos Malditos”, que originou
o filme “Bicho de Sete Cabeças” (veja
aqui
o trailler) e “Textos – Teatro – Seis
peças para Teatro”. O texto para teatro de sua autoria “SOS Mãe natureza”, premiado na ECO-92, foi adaptado para livro
infanto-juvenil, com titulo provisório: “SOS...
Os Senhores Mesquinhos estão devorando a Mãe Natureza” que não foi
publicado ainda, embora Carrano tenha batido a portas de algumas editoras. Em
parceria com o selo O Autor na Praça, publicou em 2007, dois livros de textos
para Teatro: Canto dos Malditos e O Sapatão e a Travesti, com a renda da venda desses
livros esperava publicar de forma independente uma nova edição de “Cantos dos Malditos” e seu novo romance “Filhas da Noite”, ainda não publicado. Durante
quase 3 anos de internações Carrano sobreviveu a 21 aplicações de Eletroconvulsoterapia;
choques numa voltagem de 180 a 460 volts aplicados nas temporas.
Carrano foi Ativista do
Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, Membro da Comissão Intersetorial de
Saúde Mental do Ministério da Saúde, Representante dos Usuários no Conselho
Nacional de Reforma Psiquiátrica (Eleito no Encontro Nacional dos Usuários e
Familiares em Xerém, RJ), Defensor Ferrenho das Indenizações as Vítimas do
Holocausto Psiquiátrico Brasileiro, foi homenageado pelo Ministério da Saúde em
2003. O trabalho de Carrano foi reconhecido nacional e internacionalmente,
envolvendo a questão da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Como ele exigia e
defendia: “Temos que ter uma nova visão e
maneira de tratarmos, sem preconceitos, respeitando seus direitos de cidadão, e
aceitando o diferente que se encontra em sofrimento mental. Um basta definitivo
no confinamento, sedação e experiências com cobaias humanas. Confinar não é
tratar, é Torturar, portanto, são crimes psiquiátricos que devem ser cobrado
responsabilidades e serem pagas indenizações as Vítimas”.
“(...)
Ainda espero ser indenizado pelas torturas psiquiátricas sofridas, pela minha
condenação aos preconceitos sociais, danos físicos, emocionais, morais, danos
na minha formação profissional, danos financeiros, destruição de minha
adolescência. E esses meus direitos de cidadão serão cobrado até o fim dos meus
dias. Se não conseguir em vida, algum dos meus filhos ficará com essa
incumbência. Justiça plena e total é o que exijo, e mesmo depois de morto
continuarei a exigir. Não só para mim, exijo essas indenizações para todas as
vítimas do holocausto da psiquiatria brasileira, não desistirei por nada nem
que leve o resto da minha vida” (Texto
de Carrano no posfácio da última edição do livro Canto dos Malditos).
Vejam
depoimentos do Carrano: http://www.youtube.com/watch?v=bElqEmQhpBU
http://www.youtube.com/watch?v=22Ai29O1qIo&feature=related
Neste depoimento Carrano faz a leitura de seu poema “Sequelas... e... Sequelas”
de abertura do livro “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de sete
cabeças” (o texto do poema está ao final deste release).
SINOPSE do livro Canto dos Malditos - História real do período que o autor
passou confinado por três anos e meio em instituições psiquiátricas do Paraná e
Rio de Janeiro, dos 17 até 21 anos. Sofrendo torturas, e as mazelas de um
sistema manicomial brasileiro arcaico, confinador, estigmatizante, e que chamam
de “tratamento psiquiátrico”. O livro foi escrito não com a intenção de
denegrir a imagem de médico psiquiatra algum, e sim é um relato fiel a que são
submetidos os pacientes psiquiátricos dentro dos manicômios. O livro
“Canto dos Malditos” deu origem ao filme mais premiado da história da
cinematografia brasileira: “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bodanzky,
recebeu 45 prêmios nacionais e 08 prêmios internacionais, ao todo são 53
prêmios conquistados.
Homenageado pelo Presidente da República Sr.
Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 28 de maio de 2003, pelo seu
empenho na Reforma Psiquiátrica, que está sendo construída em todo o Brasil;
Porém, todo esse empenho e reconhecimento, têm-lhe cobrado um grande preço, na
sua terra natal. Em Curitiba, um Lobby de Psiquiatras, contrários às ideologias
de Carrano, e do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, são eles, opositores
ferrenhos a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Esses Empresários da Loucura, donos
e associados dos hospitais psiquiátricos, fizeram perseguições indecentes,
constantes e aviltantes, lançou a 1ª edição do livro em 1990, pela Scientia et
Labor, Editora da Universidade Federal do Paraná. Dias após o lançamento, o livro foi retirado
das livrarias a mando desse Lobby de Psiquiatras. Só voltando a ser publicado em
1991, pela Editora Lemos, de São Paulo, Carrano comprava a edição e a vendia em
seminários, palestras, feiras culturais, entre elas uma em um Shopping da
cidade, por onde chegou as mãos da diretora do filme Laís Bodanszky. Chegou a publicar
e bancar sete edições do livro sem ser vendido em livrarias.
Em 13 de maio de 1998, Carrano entrou com a
“1ª Ação Indenizatória” por
erro, tortura e crime psiquiátrico no histórico forense brasileiro. Até sua
morte em maio 2008, uma de suas rotinas foi responder a processos jurídicos de
todos os tipos, até um processo que exige que ele se calasse, proibindo-o de
falar de sua experiência dentro dos chiqueiros psiquiátricos que foi torturado.
As Perseguições judiciais que recebia, eram repudiadas pela sociedade
brasileira, causando indignação em ongs nacionais e internacionais de Direitos
Humanos. O livro “Canto dos Malditos” foi cassado, retirado novamente das
livrarias e proibido em todo o território nacional, em abril de 2002. Da
primeira Ação Indenizatória por erro, tortura e crime psiquiátrico no Brasil,
de vítima virou réu, em maio de 1999 foi condenado a pagar R$ 60.000.00 aos donos
dos “Chiqueiros Psiquiátricos” do qual foi vítima. Entrou com recurso no
Supremo Tribunal Federal em Brasília. Em novembro de 2003 foi condenado
novamente a pagar mais R$ 12.000.00 em vinte e quatro horas, por citar os nomes
dos hospícios e dos médicos na imprensa, por estas citações chegou a receber
ameaças de morte. Na sentença desse processo seu direito de livre expressão foi
cassado, foi proibido de falar o nome de seus torturadores em público, com uma
multa de R$ 50.000.00 a cada desobediência jurídica. Julgado pelo Judiciário Paranaense, de Vítima
da Tortura Psiquiátrica se tornou Réu por denunciar, exigir mudanças radicais, indenizações,
cobrança de responsabilidades dos profissionais dessa falsa psiquiatria que
confina, droga e mata pessoas em suas casas de extermínios, os “chiqueiros
psiquiátricos” brasileiros. Pagou o preço por enfrentar essa Máfia do
Inconsciente, donos exclusivos e ditadores do “Saber Psiquiátrico!”.
Tentaram o calar a todo custo. Foi sem
dúvidas um artista, revolucionário, guerreiro da Luta Antimanicomial e dos
Direitos Humanos e um dos mais batalhadores por estas causa no Brasil.
Conseguiu, bancando sozinho o trabalho de seu advogado na liberação do seu
livro “Canto dos Malditos”, depois de dois anos e meio cassado e retirado de
todas as livrarias brasileiras, não contou com nenhum apoio da editora da
época. “Canto dos Malditos” foi dos poucos livros proibidos depois do fim da
Ditadura Militar. Voltou às livrarias em
setembro de 2004, com um posfácio mais picante, denunciando os crimes psiquiátricos
e também as fortunas psiquiátricas ilícitas. Cobrando, exigindo “Indenizações”
imediatas às Vítimas do Holocausto Psiquiátrico Brasileiro... “A Luta pelos
Direitos Sociais de nós ‘Vítimas Psiquiátricas’, está apenas começando, agora
que a cobra vai fumar!” dizia Carrano.
Sequelas... e ... Sequelas
Seqüelas
não acabam com o tempo. Amenizam. Quando passam em minha mente as horas de
espera, sinceramente, tenho dó de mim. Nó na garganta, choro estagnado, revolta
acompanhada de longo suspiro.
Ainda
hoje, anos depois, a espera é por demais agonizantes. Horas, minutos, segundos
são eternidade martirizantes. Não começam hoje, adormeceram há muito tempo, a
muito custo... comigo. Esta espera, Oh Deus! É como nunca pagar o pecado
original. É ser condenado a morte várias vezes.
Quem disse que só se morre uma vez?
Sentidos
se misturam, batidas cardíacas invadem a audição. Aspirada à respiração não
é... É introchada. Os nervos já não tremem... dão solavancos. A espera está
acabando. Ouço barulho de rodinhas. A todo custo, quero entrar na parede. Esconder-me,
fazer parte do cimento do quarto. Olhos na abertura da porta... rodam a
fechadura. Já não sei quem e o que sou. Acuado, tento fuga alucinante.
Agarrado, imobilizado... Escuto parte de meu gemido.
Quem disse que só se morre uma vez?
(Austregésilo
Carrano Bueno – Poema das quatro horas de espera para ser eletrocutado –
aplicação da eletroconvulsoterapia). Veja o poema na voz de Carrano:
http://www.youtube.com/watch?v=bElqEmQhpBU
Eu deveria ganhar o prêmio Carrano. Já fui internado umas 20 vezes, o que vem a ser uma perseguição que estou sofrendo por parte de minha família. Minha história está no livro "O povo cego e as farsas do poder 3ed", disponível para leitura e download numa busca pelo Google. Também tenho um texto chamado "A cura da esquizofrenia" que está ajudando as pessoas a se curarem. Tenho também um texto chamado "A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo" e atualmente estou trabalhando numa cura para o câncer com base no Carboncellox. Eu realmente mereço ganhar o prêmio Carrano. O Carrano não morreu - só mudou de forma. Eu também nasci num 15 de maio.
ResponderExcluir[ eric campos bastos guedes ]