Pequena biografia de AUSTREGÉSILO CARRANO BUENO
Curitibano, escritor, ator, dramaturgo. Autor de dois livros editados: “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de Sete Cabeças” e “Textos – Teatro – Seis peças para Teatro”. O texto para teatro de sua autoria “SOS Mãe natureza”, premiado na ECO-92, foi adaptado para livro infanto-juvenil, com titulo provisório: “SOS... Os Senhores Mesquinhos estão devorando a Mãe Natureza” que não foi publicado ainda, embora Carrano tenha recorrido à algumas editoras.
Curitibano, escritor, ator, dramaturgo. Autor de dois livros editados: “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de Sete Cabeças” e “Textos – Teatro – Seis peças para Teatro”. O texto para teatro de sua autoria “SOS Mãe natureza”, premiado na ECO-92, foi adaptado para livro infanto-juvenil, com titulo provisório: “SOS... Os Senhores Mesquinhos estão devorando a Mãe Natureza” que não foi publicado ainda, embora Carrano tenha recorrido à algumas editoras.
Em parceria com o selo O Autor na Praça, publicou
em 2007 dois livros de textos para Teatro: “Canto dos Malditos e O Sapatão e a Travesti”, com a renda da venda desses livros
esperava publicar de forma independente uma nova edição de “Cantos dos Malditos” e seu novo
romance “Filhas da Noite”, ainda
não publicado.
Carrano foi Ativista do Movimento Nacional da Luta
Antimanicomial, Membro da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Ministério
da Saúde, Representante dos Usuários no Conselho Nacional de Reforma
Psiquiátrica (Eleito no Encontro Nacional dos Usuários e Familiares em Xerém,
RJ), Defensor Ferrenho das Indenizações as Vítimas do Holocausto Psiquiátrico
Brasileiro. Homenageado pelo Ministério da Saúde.
O livro “Canto dos Malditos” deu origem ao filme
mais premiado da história da cinematografia brasileira: “Bicho de Sete Cabeças”,
dirigido por Laís Bodanzky. Essa obra recebeu 45 prêmios nacionais e 08 prêmios
internacionais, ao todo são 53 prêmios conquistados.
O trabalho de Carrano envolvendo a questão da
Reforma Psiquiátrica no Brasil é reconhecido nacional e internacionalmente.
Carrano, entre suas exigências e defesas, afirmava:
“Temos que ter uma nova
visão e maneira de tratarmos, sem preconceitos, respeitando seus direitos de
cidadão, e aceitando o diferente que se encontra em sofrimento mental. Um basta
definitivo no confinamento, sedação e experiências com cobaias humanas.
Confinar não é tratar, é torturar, portanto, são crimes psiquiátricos que devem
ser cobrado responsabilidades e serem pagas indenizações às vítimas”.
Ainda acerca de suas exigências, Carrano, no
posfácio da última edição do livro Canto dos Malditos, escreveu:
“(...) Ainda espero ser indenizado pelas torturas
psiquiátricas sofridas, pela minha condenação aos preconceitos sociais, danos
físicos, emocionais, morais, danos na minha formação profissional, danos
financeiros, destruição de minha adolescência. E esses meus direitos de cidadão
serão cobrado até o fim dos meus dias. Se não conseguir em vida, algum dos meus
filhos ficará com essa incumbência. Justiça plena e total é o que exijo, e
mesmo depois de morto continuarei a exigir. Não só para mim, exijo essas
indenizações para todas as vítimas do holocausto da psiquiatria brasileira, não
desistirei por nada nem que leve o resto da minha vida.”
Em 28 de maio de 2003, Carrano foi homenageado pelo Presidente da República, Sr.
Luiz Inácio Lula da Silva, pelo seu empenho na Reforma Psiquiátrica que
está sendo construída em todo o Brasil.
Entretanto, todo esse empenho e reconhecimento lhe
custaram um grande preço em sua terra natal – Curitiba - onde um lobby de
psiquiatras contrários às ideologias de Carrano e do Movimento Nacional da Luta
Antimanicomial, fizeram perseguições indecentes, constantes e aviltantes contra
sua luta autêntica.
Carrano lançou a 1ª edição do livro “Canto dos
Malditos” em 1990, pela Scientia et Labor, editora da Universidade Federal do
Paraná. Dias após o lançamento, o livro foi retirado das livrarias a
mando desse Lobby de Psiquiatras, opositores ferrenhos a Reforma Psiquiátrica
no Brasil, empresários da loucura, donos e associados dos hospitais
psiquiátricos. O livro só voltou a ser publicado em 1991, pela editora Lemos,
de São Paulo.
Carrano
comprava os exemplares e os vendia em seminários, palestras, feiras culturais.
Graças a uma das feiras culturais realizadas em um Shopping da cidade, o livro
chegou às mãos da diretora do filme Laís Bodanszky.
Em 13
de maio de 1998, Carrano entrou com a “1ª Ação Indenizatória” por erro,
tortura e crime psiquiátrico no histórico forense brasileiro. Até sua morte em maio 2008, uma
de suas rotinas foi responder a processos jurídicos de todos os tipos, até um
processo que exigia com que ele se calasse, proibindo-o de falar de sua
experiência dentro dos chiqueiros psiquiátricos onde foi torturado diversas
vezes.
Infelizmente, por conta de novas ações movidas
contra o militante, Canto dos Malditos foi cassado, retirado novamente das
livrarias e proibido em todo o território nacional em abril de 2002.
As Perseguições judiciais que recebia eram
repudiadas pela sociedade brasileira, causando indignação em ONGs nacionais e
internacionais de Direitos Humanos.
Da primeira Ação Indenizatória por erro, tortura e
crime psiquiátrico no Brasil, de vítima virou réu, em maio de 1999 foi
condenado a pagar R$ 60.000.00 aos donos dos “Chiqueiros Psiquiátricos” do qual
foi vítima.
Entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal em
Brasília. Em novembro de 2003 foi condenado novamente a pagar mais R$ 12.000.00
em vinte e quatro horas, por citar os nomes dos hospícios e dos médicos na
imprensa, por estas citações chegou a receber ameaças de morte. Na sentença
desse processo seu direito de livre expressão foi cassado, foi proibido de
falar o nome de seus torturadores em público, com uma multa de R$ 50.000.00 a cada
desobediência jurídica.
Julgado pelo Judiciário Paranaense, de vítima da
Tortura Psiquiátrica se tornou Réu por denunciar, exigir mudanças radicais,
indenizações, cobrança de responsabilidades dos profissionais dessa falsa psiquiatria
que confina, droga e mata pessoas em suas casas de extermínios, os “chiqueiros
psiquiátricos” brasileiros.
Carrano pagou um preço alto, infelizmente, por
enfrentar essa Máfia do Inconsciente, donos exclusivos e ditadores do “Saber
Psiquiátrico”! Tentaram o calar a todo
custo.
Carrano foi sem dúvida um artista,
revolucionário, guerreiro da Luta Antimanicomial e dos Direitos Humanos e um
dos mais batalhadores por estas causas no Brasil.
Conseguiu, bancando sozinho o trabalho de seu
advogado, a liberação do seu livro “Canto dos Malditos”, depois de dois anos e
meio cassado e retirado de todas as livrarias brasileiras; e não contou com
nenhum apoio da editora na época.
“Canto dos Malditos” foi dos poucos livros
proibidos depois do fim da Ditadura Militar. Voltou às livrarias em
setembro de 2004, com um posfácio mais picante, denunciando os crimes
psiquiátricos e também as fortunas psiquiátricas ilícitas. Cobrando, exigindo
“indenizações” imediatas às vítimas do Holocausto Psiquiátrico Brasileiro.
“A Luta
pelos Direitos Sociais de nós ‘Vítimas Psiquiátricas’, está apenas começando,
agora que a cobra vai fumar!” dizia Carrano.
Sequelas... e ... Sequelas
Sequelas não acabam com o tempo.
Amenizam. Quando passam em minha mente as horas de espera, sinceramente, tenho
dó de mim. Nó na garganta, choro estagnado, revolta acompanhada de longo
suspiro.
Ainda hoje, anos depois, a espera é por
demais agonizante. Horas, minutos, segundos são eternidade martirizantes. Não
começam hoje, adormeceram há muito tempo, a muito custo... comigo. Esta espera,
Oh Deus! É como nunca pagar o pecado original. É ser condenado a morte várias
vezes.
Sentidos se misturam, batidas cardíacas
invadem a audição. Aspirada à respiração não é... É introchada. Os nervos já
não tremem... dão solavancos. A espera está acabando. Ouço barulho de rodinhas.
A todo custo, quero entrar na parede. Esconder-me, fazer parte do cimento do
quarto. Olhos na abertura da porta... rodam a fechadura. Já não sei quem e o
que sou. Acuado, tento fuga alucinante. Agarrado, imobilizado... Escuto parte
de meu gemido.
Quem disse que só se morre uma vez?
(Austregésilo Carrano Bueno – Poema das
quatro horas de espera para ser eletrocutado – aplicação da eletroconvulsoterapia).
Abaixo, segue uma sinopse do livro Canto dos
Malditos aos interessados pela história e luta desse que foi um dos grandes
guerreiros de nossa sociedade:
História real do período que o
autor passou confinado por três anos e meio em instituições psiquiátricas do
Paraná e Rio de Janeiro, dos 17 até 21 anos. Sofrendo torturas, e as mazelas de
um sistema manicomial brasileiro arcaico, confinador, estigmatizante, e que
chamam de “tratamento psiquiátrico”. Sobreviveu a 21 aplicações de
Eletroconvulsoterapia; choques numa voltagem de 180 a 460 volts aplicados nas
temporas. O livro foi escrito não com a intenção de denegrir a imagem de médico
psiquiatra algum, e sim é um relato fiel a que são submetidos os pacientes
psiquiátricos dentro dos manicômios.
Nossa fiquei horrorizada em assistir esse filme e ver o que realmente acontece nessas clínicas psiquiátricas, que dizem que tratam as pessoas com problemas mentais. Eles são cidadãos e precisam ser respeitados sem preconceitos. São diferentes, sim, porém tem problemas como qualquer pessoa não são bichos.
ResponderExcluirEu deveria ganhar esse premio. Verifiquem meu e-book "O povo cego e as farsas do poder 3ed". Tenho trabalhos em diversas áreas do conhecimento humano e fui internado umas 20 vezes - o que só prejudica meu trabalho. Tenho um texto chamado "A cura da esquizofrenia", outro chamado "A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo", outro chamado "A cura do câncer é o Carboncellox". Verifiquem. Eu realmente mereço ganhar o prêmio Carrano. Eu também nasci em um 15 de maio.
ResponderExcluirEu assisti o filme Bicho de 7 Cabeças, ao qual mostra como são podres os hospícios, como nos filmes Um Estranho no Ninho, O Visitante Noturno, etc..
ResponderExcluirComo tem internados nos manicômios pessoas viciadas, insuportáveis, psicopatas e tantos outros problemas mentais.
Não dá pra ficar surpreso mas dá pra ficar mais enojado ainda com a relação entre poderosos e a instituição denominada justiça.
ResponderExcluirEste maldito binômio é destruição de pessoas (ex Carrano) como tbm da liberdade que todos teriam que poder experimentar em suas vidas.
Instituições e médicos em vão tentarão esconder seus horríveis atos. Eles já estão escritos na história. E os danos morais não lhes custarão R$ 60 mil, custarão preço eterno, desde agora...
Não dá pra ficar surpreso mas dá pra ficar mais enojado ainda com a relação entre poderosos e a instituição denominada justiça.
ResponderExcluirEste maldito binômio é destruição de pessoas (ex Carrano) como tbm da liberdade que todos teriam que poder experimentar em suas vidas.
Instituições e médicos em vão tentarão esconder seus horríveis atos. Eles já estão escritos na história. E os danos morais não lhes custarão R$ 60 mil, custarão preço eterno, desde agora...
Não dá pra ficar surpreso mas dá pra ficar mais enojado ainda com a relação entre poderosos e a instituição denominada justiça.
ResponderExcluirEste maldito binômio é destruição de pessoas (ex Carrano) como tbm da liberdade que todos teriam que poder experimentar em suas vidas.
Instituições e médicos em vão tentarão esconder seus horríveis atos. Eles já estão escritos na história. E os danos morais não lhes custarão R$ 60 mil, custarão preço eterno, desde agora...
Não dá pra ficar surpreso mas dá pra ficar mais enojado ainda com a relação entre poderosos e a instituição denominada justiça.
ResponderExcluirEste maldito binômio é destruição de pessoas (ex Carrano) como tbm da liberdade que todos teriam que poder experimentar em suas vidas.
Instituições e médicos em vão tentarão esconder seus horríveis atos. Eles já estão escritos na história. E os danos morais não lhes custarão R$ 60 mil, custarão preço eterno, desde agora...